BEM-VINDO(A)

Olá, bem-vindo(a) ao meu blog!!! Aqui você encontrará informações sobre a minha carreira, minha história e meus planos futuros, bem como textos relacionados a psicologia e informações sobre eventos, notícias e shows com a minha "FAMÍLIA ORTAÇA".

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

CARPINEJAR E EQUIPE NO NOSSO RANCHO!

Olá amigos;
Quero compartilhar com vcs as fotos enviadas pelo fotógrafo Rogério Sartori de ZH. Trata-se de momentos agradáveis da visita de Fabrício Carpinejar em nossa casa, em São Luiz Gonzaga!
Obrigada Fabrício Carpinejar pelas belas palavras na descrição do missioneiro Pedro Ortaça.
Obrigada Rogério Sartori pelas belas fotos.
Grande abraço;
Marianita









domingo, 16 de outubro de 2011

Beleza Interior - Fabrício Carpinejar - Zero Hora 15.10.2011


Olá meus queridos leitores do blog!
Pra quem perdeu a Zero Hora de ontem, estou postando aqui a "Beleza Interior de Fabrício Carpinejar", onde descreve Pedro Ortaça. 

Tivemos o prazer de conhecer, de receber em nossa casa este grande escritor, Carpinejar, que enxerga além dos olhos. Que traduz em palavra toda sensibilidade de seu sentir.

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MINHA HOMENAGEM AO ÚLTIMO PAYADOR

A cidade visitada na edição de hoje é São Luiz Gonzaga, terra de 34,5 mil habitantes, distante 465 quilômetros de Porto Alegre, berço do músico Pedro Ortaça, lenda da trova missioneira. Fotos de Rogério Sartori.

Põe o cavalo a correr.
Se é fiel, ele volta.
Se é triste, ele morre.
Se é vento, ele sonha.
Enche o pulmão para ler
e não se afogar na neblina.
Depois de Jayme Caetano Braun,
Noel Guarani e Cenair Maíca,
o único que está vivo
é Pedro Ortaça, um dos quatro
troncos do protesto, arisco,
febril, nosso estado pelo avesso.
Pedro Ortaça não é um nome,
mas uma condição missioneira.
Payador, bruxo solto, árvore
à sombra das catedrais jesuíticas.
Pedro Ortaça é uma joia da ofensa,
sessenta e nove anos de bem com a maldade,
quando canta sua voz é outra, tão diversa
da sua, usa a aspa do cavanhaque
a traduzir o Rio Uruguai.
Baixa em si o espírito dos Sete Povos,
pomba-gira é Sepé Tiaraju,
índio de secreto mundo
exorcizando massacres sem fim.
A terra colorada é o poncho que cobre a ave
de São Luiz Gonzaga. Por favor, com licença,
Pedro Ortaça é a cidade reunida na estância,
aquece os olhos como quem serve o mate:
não deixa esfriar a raiva,
o coração sempre está além
daquilo que se entende,
só pede perdão lutando.
O maior riso surge do desespero,
a dor brilha mais do que ferro puro,
mais do que carência de espelho,
mais do que dente de ouro.
Pedro Ortaça não é flor que se cheire,
é pedra andando, campo encilhado,
desarruma o pago e os limites
tocando violão com arames das cercas.
Ostenta o bigode afiado
contando aflições antigas
de um jeito alto, desaforado,
próprio do galpão de amigos.
Não foi fácil desatar o grito,
montar guarda em centenas de letras.
Recebeu de um pescador sua faca;
do avô Quintino, o acordeão;
da mãe Cândida, as modinhas fraseadas;
e do pai Alberto, a fome de pirão e pão.
Os nervos custaram a desmanchar
na carne dura, magra, cigana.
Por mais que se monte banda,
por mais que se apresse o dom,
a montanha demora a devolver o som.
Vendeu sangue para conseguir viagem,
quatrocentos gramas de veia
foram seus bilhetes de trem.
Ele bem sabe, o verso faz história.
Pedro Ortaça é uma figura esguia,
de origem ilusória, mínima,
brincava para esquecer a falta de comida.
Passava acordado de madrugada
espiando o baile dos adultos.
Mais do que o café do medo,
não dormia pela beleza dos timbres.
Tirou a morte a dançar, mascou todo gengibre.
Não teve cadeira de letrado,
não botou sua honra no penhor,
não procurou nada emprestado,
não disse amém ao senhor.


Ortaça, feito de taipas e relâmpagos,
transforma as ruínas em tambores,
veste crepúsculos, manto guarani aos ombros,
suas mãos escrevem galopes.
Ortaça, Ortaça, a chuva não cala o fogo.
Quem inventa nunca chega atrasado
na lembrança. A guitarra é campo santo,
não terminam os ouvidos de pampear.
Quem inventa nunca chega atrasado
no parto. A rédea é aceno do canto,
não terminam os ouvidos de guerrear.
Ortaça, Ortaça, Ortaça já viu o demo,
o redemoinho, no meio da colheita:
nuvens negras de gafanhotos
roubaram sua infância.
Ninguém mais assusta Pedro Ortaça,
ele jamais duvidou do instinto
que vem do passado cancioneiro.
Não desistiu de ser bicho,
da valentia de sua gente,
de brigar por improviso, matreiro.
Pois aquele que nada tem, nada deve,
nada teme, vive por inteiro.





Publicado no jornal Zero Hora
Série semanal BELEZA INTERIOR
(Em todos sábados de 2011, apresentarei meu olhar diferenciado sobre as cidades, as pessoas e os costumes do RS)
p. 32, 15/10/2011
Porto Alegre, Edição N° 16856
Pedro Ortaça canta como quem duela. Veja o vídeo feito em São Luiz Gonzaga.




Fonte: http://carpinejar.blogspot.com/2011/10/minha-homenagem-ao-ultimo-payador.html#comments

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Show Julio de Castilhos

Olá queridos amigos!
Estou postando as fotos do nosso show em Julio de Castilhos, na EXPOJUC (07.10.11). Quem tirou foto com a gente pode enviar para o marianitaortaca@hotmail.com. Na próxima postagem tem fotos do show na EXPO André da Rocha!
































Fonte: www.galeradanet.com.br
Um beijo;
Marianita

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

HISTÓRIAS MISSIONEIRAS III

CARNE GORDA!
Boa noite amigos, depois de tantos pedidos, voltamos (eu e o Gabriel) a escrever as histórias missioneiras. Hoje vamos contar uma da época de quartel do pai.

Bem, todos sabem que o pai já não cozinha na primeira fervura. Ele nasceu em 1942 e serviu na Legalidade em 61.

Pois nessa época a maleza de grana era grande entre os soldados que, andavam matando cachorro a grito. O pai era um deles. Mas entre esses amigos, existia um que era " empafento", a gente costuma dizer aqui na região "queimador de campo", gavola. Pois esse soldado chegava sempre se gavando entre os demais, dizendo "hoje eu comi uma carne gorda" e passava a mão na barriga...e assim os dias passavam e ele sempre repetindo a mesma frase: "hoje eu comi uma carne gorda". E os outros soldados, coitadinhos, andavam com o bucho no espinhaço ficavam com água na boca.
Um belo dia, depois de se gavar da carne gorda, ele passou mal, com uma forte dor no estômago, sentiu que ia vomitar e foi tentar correr para longe dos colegas de farda. Se escorou numa cerca, e chamou o guará (famosa vomitada campeira). Os amigos preocupados o seguiram para tentar ajudar e, constataram que não se tratava de carne gorda nenhuma, mas sim, de pura CANJICA COM FEIJÃO!
Assim, os amigos o apelidaram de CARNE GORDA. Apelido com 50 anos de história!

Nem sempre quem é letrado é compreendido!!!

Olá amigos!

Para descontrair, estou postando uma piada cultural "O Roubo dos Patos", vcs já devem ter lido por aí, mas é sempre bom relembrar!!!
Um abraço com carinho, até mais!
Marianita

"O Roubo dos Patos"

RUI BARBOSA, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:
- Oh, bucéfalo anácroto! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa.
Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinquagésima potência do  que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, diz:
- Doutor, eu levo ou deixo os patos???
[Luiz Mauricio Faria Marcondes de Albuquerque]

Fonte:http://www.inricristo.org.br/index.php/es/diversos/107-piada-cultural