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sábado, 30 de abril de 2011

Boa Cepa e Qualidade

Olá meus amigos visitantes do Blog...
Hoje trago um texto que saiu no correio do povo do mês de março, fala sobre "Os Quatro Troncos Missioneiros".
Só agora tive contato ao texto on-line e aqui está, para que vcs possam ler (quem ainda não leu)...
Achei o texto muito bem escrito e merecido, embora eu seja suspeita para falar em quatro troncos, - afinal, sou filha de um - não posso deixar de expressar minha admiração por todos eles, dizer de quão importantes esses amigos que um dia se reuniram para tocar e cantar e criar algo diferente - foram e são.
Eles revolucionaram a música, não apenas cantavam ou, no caso do meu pai, canta...também denunciavam, protestavam, fizeram história, espalharam alegria, emoções, a cultura do nosso chão colorado, da nossa terra Missioneira .
Infelizmente, os 3 troncos Jayme, Cenair e Noel, partiram...sem que pudessem ter em vida todas as homenagens que mereciam. Porém, um dos troncos... o Último Tronco Missioneiro, continua levando esse legado, esse amor pela terra e essa garra de Missioneiro...e felizmente está ganhando muitas homenagens (em vida - que são as que realmente importam)...é hoje Mestre da Cultura Popular Brasileira, entre tantos outros títulos importantes que recebeu expontaneamente ( não com "tramóias", como vemos acontecer bastante hoje em dia) mas prêmios, homenagens que vieram através do verdadeiro merecimento.

Meu pai sempre lembra e nos faz recordar (se é que dá pra esquecer) de seus parceiros de músicas, seus amigos, Jayme, Noel e Cenair..

Um grande abraço;
Marianita

QUATRO TRONCOS MISSIONEIROS
21/03/2011 / Landro Oviedo

A música popular brasileira tem quatro grandes mestres reconhecidos na sua arte de composição. São Chico Buarque, Caetano Veloso, Mílton Nascimento e Gilberto Gil. Em torno dessa constelação, giram grandes músicos e compositores, mas eles são, indubitavelmente, parte fundamental desse veio inesgotável que se convencionou chamar de MPB, uma sigla e um signo.
Em nossas plagas, também temos uma plêiade de boa cepa e qualidade. Num contexto forjado por uma história singular, esses baluartes da cultura gaúcha tiveram a seiva apropriada para se nutrir. Guerras, uma República, a atividade pastoril, os romances que enobreceram almas, os ofícios que fizeram homens e mulheres acreditar nesta terra, a semente lançada ao solo fértil, a utopia dos guaranis, valores como a palavra e a amizade, uma força de amor ao pago, tudo colaborou para que eles pudessem ter ao alcance da mão e do coração o perfeito motivo para cantar o cenário de suas origens. E não fizeram por menos nem deslustraram as raízes.
Os chamados quatro troncos missioneiros fizeram-se batedores da verdadeira arte poética e musical do Rio Grande do Sul. São eles Noel Guarany, Cenair Maicá, Jayme Caetano Braun e Pedro Ortaça. Os três primeiros não habitam mais o chão que tanto cantaram, mas Pedro Ortaça segue como uma lenda viva a cantar o berço que lhe deu vida.
Noel Guarany empunhou guitarras, entoou sua voz e sustentou ideias. Cenair Maicá cantou com maestria temas nativos, principalmente os relacionados à água, hoje tão recorrentes. Jayme Caetano Braun era o pajador da verve que se revelava inesgotável, pujante. Pedro Ortaça mantém esse legado como quem cuida de um tesouro das Missões.
Temos um regionalismo universal, a exemplo da obra de Simões Lopes Neto. Nosso cancioneiro canta nossa densidade humana e torna-nos partícipes da sinfonia que mostra quem somos e por que cantamos assim. Na fixação dessa identidade, os quatro troncos missioneiros cumpriram uma relevante missão.

Landro Oviedo
escritor e professor

Correio do Povo - ANO 116 Nº 169 - PORTO ALEGRE, SEXTA-FEIRA, 18 DE MARÇO DE 2011

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