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quinta-feira, 30 de junho de 2011

HISTÓRIAS MISSIONEIRAS I

Por sugestão de meu irmão Gabriel, inauguro aqui no blog a série “Histórias Missioneiras”, que tem por objetivo contar acontecimentos verídicos da vida dos missioneiros Pedro, Jayme, Cenair e Noel, pois desde criança ouvimos nosso pai contar tantos “causos” divertidos das andanças teatinas, o outro lado dos hoje reconhecidos “Troncos Missioneiros”. Temos a oportunidade de desfrutar da alegria de ouvir sobre a trajetória musical e pessoal desses amigos que um dia se reuniram para traduzir em verso e canção a nossa terra missioneira.
Queremos então, compartilhar essas ricas histórias com vocês, leitores do blog.




Por Gabriel e Marianita Ortaça: ROMANCE DA PANELA PRETA
O nosso avô Alberto Ortaça presenteou na década de 60 o amigo Noel Guarani com uma panela de ferro – panela essa que ele fazia “bóia” para alimentar os 8 filhos, incluindo nosso pai. Noel visitava o rancho de nosso avô seguidamente, sempre que vinha a São Luiz Gonzaga, porque assim podia conversar e conviver com seu amigo Pedro.
Passado anos, foi visitar seu também amigo Jayme Caetano Braun e levou a panela para preparar uma bóia campeira na Estância Pirajú (sitio do Jayme) situado na grande Porto Alegre. Pois acontece que o Noel acabou esquecendo a panela preta e o Jayme “se adonou” da mesma, o que gerou um desentendimento entre os missioneiros.
 Mas o payador não sabia a procedência da panela, muito menos de seu valor sentimental para Noel. Nosso pai contou a história da panela para o Jayme, que com sua grande sabedoria escreveu os versos abaixo e deixou de presente para todos nós.  [Direitos reservados a Marianita e Gabriel Ortaça]

Romance da panela preta

Panela de carreteiro,
dos tempos da monarquia
em constante romaria,
no velho pago campeiro,
regalo de um missioneiro
que me ofertou – de presente,
mas agora – indiferente,
a uma amizade sadia,
vive a sonhar – noite e dia,
chorando a panela ausente!

Maestro dos veteranos
da nossa canção bravia!
uma panela vazia,
não vale teus desenganos!
deixa isso pra os profanos
que a nossa história revela.
Guarani – a vida é tão bela,
em nossa terra baguala,
pra que gastar tanta fala
por causa de uma panela?

Larga de mão – eu te peço,
da idéia de entrar em juízo,
termina dando prejuízo,
só com as custas do processo,
o tempo aponta o progresso,
já sem relincho nem berro;
podes errar – como eu erro,
continuando desunidos
e nós dois sermos cozidos,
nessa panela de ferro!

Os três pés dessa marmita,
queimada – de casca escura,
são – na verdade – a estrutura
da nossa terra jesuíta,
por isso bugre – acredita,
na fala deste mestiço;
– canta – e não pensa mais nisso,
deixa que durma o passado,
o Pedro Ortaça é o culpado
de todo esse rebuliço!

Fica a panela comigo,
pois dela tenho usufruto,
cada segundo e minuto,
lembranças do tempo antigo
e – se não falo contigo,
por causa de uma querela,
caso eu estique a canela,
já está gravado o decreto:
– quando tiveres um neto,
manda buscar a panela!
Jayme Caetano Braun

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